quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Matéria dos monumentos de Campinas para o Jornal Matéria-Prima, da Unip...


Matéria sobre a profissão do meu pai para o Jornal Matéria-Prima da Unip....


Voltando... Aos poucos...


Bem, por motivo de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) deixei de lado este blog por algum tempo... Porém, agora que o pior já passou, pretendo retomar o controle e passar a postar mais...


Não apenas matérias feitas por mim mas também impressões e opiniões sobre o jornalismo e notícias de todos os tipos... Em um primeiro momento, não prometo postar com tanta frequencia, mas logo logo estarei sempre por aqui...


A princípio, quero colocar algumas matérias que fiz durante a faculdade... Algumas antigas, mas todas feitas com dedicação e afinco...


terça-feira, 14 de julho de 2009

Ausência por motivo de TCC


Pessoas, faz dias que não escrevo... Apesar de continuar lendo as notícias dos principais portais de informação diariamente, como sempre fiz, não me sobra muito tempo para escrever... Apesar de julho ser mês de férias, está sendo a maior correria... Estou trabalhando bastante e a noite, de férias da faculdade, estou tentando retomar alguns projetos que deixei parado... Estou tentando, mas não está muito fácil não...rs... Claro que, quando voltar as aulas, eles ficarão parados de novo, afinal, segundo semestre, último de faculdade, a correria recomeça (?rs), as pressões do TCC aumentam, e o desespero também... Mas tdo bem, logo que sobrar um tempinho volto a escrever...

Quero ver se consigo aproveitar estes dias que voltei à me dedicar ao Prex (Projeto Experimental de Jornalismo, nome bonito para substituir o TCC) e escrevo uma matéria bacana sobre tudo que aconteceu até o momento... Se eu fosse escrever aqui, o post sairia grande... Entrevistas com os Angolanos, Palestino, Senegalesa, autoridades da Cáritas e do ACNUR... gente, mta coisa interessante... estou aprendendo mto com esse projeto... Estou super animada...

Vou escrever um texto legal e depois posto aqui...

Até lá, fica assim então..rs...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A não-obrigatoriedade do diploma de Jornalismo


No dia 17 de junho, Ministros do Superior Tribunal Federal derrubaram a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo. A princípio, a notícia me caiu como uma bomba, deixando-me ao mesmo tempo indignada e reflexiva. Li várias opiniões a respeito e até postei o texto de meu colega de sala e futuramente de profissão, Marcelo Maropo.
Ao mesmo tempo, não conseguia formular a minha própria opinião. Hoje, tentarei fazer isso. Ou, talvez, refletir sobre os argumentos prós e contra a obrigatoriedade do diploma.

Bem, os ministros e pessoas que defendem a decisão relataram que a obrigatoriedade impedia a liberdade de expressão, que o Jornalismo é uma profissão “essencialmente intelectual,que exige domínio da linguagem,vastos conhecimentos humanos” e que qualquer pessoa com “pendor para a escrita, para a informação” poderia exercer a profissão. Além disso, a falta do diploma de Jornalismo não colocaria em risco a “coletividade”.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ), o Sindicato das empresas de Rádio e Televisão de São Paulo (Sertesp) e empresas de comunicação, como a “toda-poderosa” Rede Globo apoiaram a decisão. Já a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), assim como muitos jornalistas diplomados ou não e conhecidos, manifestaram-se contra. Protestos foram realizados em várias partes do país e opiniões a respeito se multiplicaram na internet.

Dentre outros argumentos, estes atestam que a medida foi pedida pelos donos de rádio e televisão para poderem limitar a contratação de jornalistas diplomados, o que acarretaria no pagamento de salários menores a quem não tiver o diploma, bem como a fácil manipulação destes “profissionais”, de acordo com os interesses da própria empresa. A Fenaj também coloca que em nenhum momento o diploma de jornalismo limita à liberdade de expressão. Na verdade, ela é limitada pelos espaços disponíveis nos meios de comunicação (tempo, laudas, entre outros), pelas ideologias e interesses destes mesmos meios e pela dificuldade de acesso de toda a população a eles.

Bem, este foi apenas um resumo dos vários argumentos expostos a favor e contra a decisão do STF. Eu diria, que seriam os argumentos principais de ambos os lados. Agora vou tentar expressar minha opinião a respeito.

Em primeiro lugar, discordo do Ministro Gilmar Mendes quando ele diz que “os jornalistas se dedicam ao exercício pleno da liberdade de expressão”. Jornalismo é muito mais do que simplesmente expressar uma opinião a respeito de um fato. Isso é fácil, realmente qualquer pessoa pode fazê-lo, desde que consiga seu espaço, o que é muito difícil nos grandes meios de comunicação, uma vez que a decisão sobre o que vai ser falado segue a “linha editorial” do veículo. Importante lembrar que antes de qualquer coisa, os veículos de comunicação são empresas, e como tais, também têm interesses e ideologias. Esta história de imparcialidade, principalmente dos meios, é mito!

Quando um jornalista “cobre” um fato, ele não está apenas expressando sua opinião a respeito, mas tentando recontar como aquele fato aconteceu, da forma mais próxima possível. Digo isso porque não é possível recontar exatamente, a não ser que ele tenha sido testemunha ocular do ocorrido. Do contrário, é preciso ouvir todas as fontes possíveis e montar um grande quebra-cabeça que chegue o mais próximo da realidade. Claro que a tão falada “imparcialidade jornalística” é também um mito, afinal, a bagagem do repórter conta bastante, mas as informações que ele colhe e como repassá-las depende também de seu trabalho de apuração.

Em segundo lugar, acredito que a profissão de Jornalista não seja o exercício pleno da liberdade expressão. Como falei anteriormente, antes de qualquer coisa, os veículos de comunicação são empresas, e como tais, têm seus interesses e objetivos. E todos os profissionais que delas façam parte, devem segui-los. Não vou generalizar, afinal, existem empresas jornalísticas que se preocupam sim com a neutralidade e qualidade das informações divulgadas. Mas também existem aquelas empresas que, sabidamente, manipulam informações com objetivo de manipular também a opinião pública. E, o jornalista que quiser trabalhar em tais empresas, ainda que subjetivamente, sabe que deve se adequar a elas, mesmo que tenha opiniões divergentes.Do contrário, estará na rua.
Sendo assim, esta história de “liberdade de expressão” não é exatamente como todos defendem e acreditam.

Sobre a obrigatoriedade ou não do diploma, fico me perguntando o que mudaria. O diploma é apenas um pedaço de papel. O importante é a formação que vem antes dele. Essa sim deve ser questionada se é importante ou não.

Concordo com o Marcelo que para ser Jornalista é preciso dom. Não basta “apenas” escrever bem, ser curioso e querer expressar sua opinião a respeito das coisas e fatos. Concordo também que a prática da profissão é bem diferente do que vivenciamos na faculdade. Realmente acho que, em um ano e meio, já aprendemos todas as técnicas jornalísticas necessárias para exercê-la. Concordo ainda que os valores éticos e morais,essenciais para a profissão,não são aprendidos na universidade, mas sim lapidados ao longo da vida.

Entretanto, acredito que a universidade é o espaço para que estes valores sejam trabalhados e reforçados. É o espaço para o estudante entrar em contato com profissionais da área, trocar experiências, debater e analisar casos de “pecados” cometidos pela mídia e aprender, para que não cometa os mesmos erros. É o espaço também para ele mostrar os seus trabalhos, a sua própria capacidade, ainda que limitada, pois só a pratica diária poderá aperfeiçoá-la.

Fico agora a relembrar casos que foram amplamente debatidos na minha sala de aula, casos que eu mesma muito refleti a respeito, como o da Escola Base, de 1994, o “show midiático” altamente explorado da morte da menina Isabella, bem como a morte de Elloá, em que, segundo muitos, a mídia teve papel decisivo.

Muitos dos jornalistas que cobriram todos estes casos eram e são diplomados. Freqüentaram universidades e possuem registro profissional. Ainda assim, cometerem erros que atingiram diretamente a vida de muitas pessoas. Voltar atrás nestes erros é impossível, mas, para muitos estudantes de jornalismo como eu, esses casos servem de exemplo de mau-jornalismo, exemplos que nunca devem ser seguidos. Aí me pergunto e gostaria de perguntar também, se fosse possível, ao Ministro Gilmar Mendes: será que o jornalismo não pode trazer realmente riscos à coletividade?Casos mal apurados como da Escola Base ou a superexposição de casos como de Isabella e Elloá não representam mesmo risco à vida das pessoas? Não é o diploma quem vai garantir o bom trabalho profissional, mas debater casos como estes e incentivar o exercício com ética e respeito ajuda e muito!

Em um primeiro momento, fiquei me questionando também como ficaria o mercado de trabalho após esta determinação do STF. Imaginei muitas pessoas sem a formação acadêmica tentando trabalhar numa empresa jornalística. A principio, fiquei assustada com a possibilidade da concorrência. Depois, pensei: o mercado de trabalho para qualquer profissão hoje em dia é bastante concorrido. O que faz uma pessoa, em detrimento de outras, ganhar a vaga tão desejada? Os diferenciais. Não seria então, na nossa área, o diploma um diferencial? Já que ele não é mais obrigatório, qual seria um diferencial na hora da concorrência? Quem tem o diploma, estudou quatro anos e realizou atividades acadêmicas, ou quem não colocou os pés na universidade? Tudo bem que especialistas de outras áreas podem tentar uma vaga também, mas, o que é melhor? Um advogado que não é jornalista ou um jornalista especializado em direito? Não desmerecendo profissão alguma, mas não basta ter amplo conhecimento,como no exemplo dos advogados, que conhecem as leis e seus termos técnicos. É preciso saber passar essas informações ao público de uma maneira que ele compreenda, clara e objetiva. E só saber escrever bem, não é suficiente. O mesmo serve, por exemplo, para os cientistas, que adoram falar difícil, mas muitas vezes são incompreendidos pelo público. De qualquer forma, acredito que especialização constante é uma necessidade para qualquer profissão, inclusive para o Jornalista. Quem não se especializa, fica para trás, não tem diferencial. E até para outros profissionais que querem se tornar “jornalistas”, a especialização se faz necessária.

Em um dos textos que li, não me recordo de quem no momento, o autor dizia que agora só fará faculdade de jornalismo quem quer realmente ser jornalista. Concordo com ele. Na minha própria faculdade, e também no processo seletivo que prestei certa vez, observei muitas garotas, principalmente, que escolhem a profissão pelo glamour, pelo status que vem com ela. Muitos acham que ser jornalista é aparecer na teve e ter visibilidade. Muitos nem sabem bem o que é ser um jornalista de verdade. São pessoas que não estão preocupadas com a qualidade das informações que serão veiculadas; o importante é aparecer.

Isso sempre me deixou muito triste. Pessoas que não sabem valorizar esta profissão tão linda e tão importante. Agora, com o fim da obrigatoriedade do diploma, acredito que essas pessoas que se iludem fácil vão desistir de cursar uma faculdade. Talvez consigam realizar seus desejos de outras formas; talvez tentem aparecer na teve de outras maneiras. Pode ser também que conquistem seus espaços nestes programas que se dizem “jornalísticos”, mas que no fundo, só visam confundir, manipular ou desinformar o público.

Para os amantes da profissão, a universidade será uma forma de adquirir conhecimentos, aprendizado, crescimento pessoal e profissional. Será mais um degrau numa carreira cheia de altos e baixos.

Eu sou a favor da obrigatoriedade do diploma, afinal, assim terei mais chances com o meu nas mãos. Mas estou a refletir até onde essa decisão do STF vai interferir na luta pelos meus sonhos. O diploma para mim não é apenas um pedaço de papel. Não cursei os quatro anos de formação apenas porque era obrigatório. Para mim, seguir esta carreira que escolhi é um sonho de adolescência, que cresceu e floresceu conforme conheci cada vez mais o prazer de ser jornalista. Essa é a profissão que quero seguir. Com diploma ou não, vou fazer o melhor que puder para me estabelecer, construir uma carreira sólida e de sucesso, realizar os meus desejos e ter prazer naquilo que faço. Mesmo que o Supremo não volte atrás, e a não obrigatoriedade continue, mesmo que a concorrência seja grande, mesmo que as dificuldades aumentem, não vou desistir dos meus sonhos e objetivos.

Acho que esta decisão é mais uma prova de que a profissão de Jornalista nunca foi valorizada e respeitada como deveria. Talvez eu esteja parecendo conformada. Na verdade, estou, por um lado, também indignada. Mas, até que ponto, mais uma vez questiono, isso vai influenciar na realização dos meus sonhos? Pelos meus conhecimentos também adquiridos ao longo da universidade, aprendi que o exercício do jornalismo nunca foi fácil. Jornalistas sofrem e sempre sofreram com a censura, repressões, perseguições, torturas, processos. E nem por isso deixaram de ser jornalistas. Esse é mais um golpe que a profissão sofre. Mas nem por isso deixará de existir. E de ser seguida por aqueles que realmente acreditam no seu real valor e importância. Ainda que existam aqueles que o Marcelo chama de “pseudojornalistas”; ainda que existam aqueles que querem manipular os profissionais; e pior, aqueles que querem neutralizar a importância da profissão diante da opinião publica...

Por Ana Paula Fontana
(no próximo post, esclareço o que é ser, na minha opinião, jornalista de verdade.)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O DOM GRATUITO DO JORNALISMO


"O fim da exigência do diploma para exercer a profissão de jornalista chegou até a mim depois de um cansativo dia. Pela manhã fui para o trabalho, e não na área. À tarde fui até um evento para captar imagens para a realização do meu trabalho de conclusão de curso. E logo à noite fui até a faculdade para entregar os comprovantes de atividades complementares do curso.
Confesso que foi revoltante ver aquela notícia no Jornal Nacional. O jornal ainda nem tinha acabado quando me vi em um dia nublado, com onze anos de idade, na quinta série do ensino fundamental. Lá estava eu na escola Estadual Professor Benevenuto Torres. Era hora do intervalo. Eu e meus colegas, a Gislaine, o Leandro e a Zenaide estávamos sentados junto à cerca no fundo da escola. Foi quando a Gislaine me perguntou qual faculdade eu iria cursar. Qual profissão eu iria seguir. Não pensei duas vezes. A resposta sempre esteve pronta. Embora minha mãe sempre quisesse que eu fosse um médico eu não hesitei em responder com a boca cheia JOR-NA-LIS-MO. E na verdade eu não consigo nem me lembrar de onde veio esta decisão por jornalismo. Acho que desde muito pequeno. Mas já naquele momento esta era a profissão que eu me formaria. Sempre digo, quando me perguntam, que eu não escolhi a profissão, mas foi ela que me escolheu. Pois nunca tive a oportunidade de pensar qual profissão eu queria fazer. Sempre foi jornalismo e ponto final.
Não demorou muito o Jornal Nacional acabou. Jantei. Depois de algum tempo fui para o banho e cama. Não dormi logo, demorei muito para pegar no sono. Fiquei inquieto. Comecei a meditar sobre a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal e o descaso com que trataram a minha profissão. Comecei a me questionar. Ora, eu sabia que não era uma estúpida decisão tomada por meia dúzia de homens insensatos que me faria perder a paixão pelo jornalismo.
Recordei-me do primeiro dia de aula com o professor Roni. A aula foi expositiva. O professor Roni começou a falar do curso, da profissão, falou o que é ser jornalista, e contou um pouco das suas experiências profissionais. Naquele momento senti o jornalismo gritar dentro de mim e dizer “ei, estou aqui”.
Percebi que o jornalismo era algo muito além do que uma profissão. E é bem isto. O jornalismo é algo que vai além de um diploma, é algo que vai além de técnicas e muito além da cadeira de uma universidade. Hoje consigo ver que esta profissão é um talento que independe da vontade do individuo. A pessoa, raras pessoas, nasce e é agraciado com este dom.
E o diploma? Ah o diploma é apenas uma forma com que os profissionais da categoria encontraram de ajudar a regularizar a profissão. Foi uma forma de ajudar a segurar um mercado para estes profissionais.
Ora, jornalismo não é somente saber escrever. Escrever um acadêmico em letras tem condições incontestáveis de fazer muito bem, e até mesmo melhor. Jornalismo não é saber falar bem e com boa dicção, isto um fonoaudiólogo faz e ainda ensina ao jornalista. Ser jornalista não é ter boa postura frente às câmeras de TV, neste quesito os atores dão aulas. Ser jornalista não é entender as regas do futebol, afinal cada brasileiro se senti um pouco técnico deste esporte. Ser jornalista não é entender de política e de economia, para cada uma destas áreas existe profissionais altamente capacitados para falar, contextualizar e analisar. Ser jornalista não é saber dominar um microfone quer seja no rádio ou na televisão, os locutores e animadores de programas o fazem muito bem.
O jornalismo é uma inquietude que aguça dentro do ser do jornalista. É uma busca constante. É a tentativa de representar a sociedade. É a tentativa de saciar os anseios de um povo. É a procura pela resposta que falta. É o desejo de mostrar que há uma saída. É a insatisfação com o que parece que está perfeito, mas sabe que no fundo alguma coisa pode ser mudada. Não está em apenas dar uma informação, mas espera-se que aquela informação possa traçar novas diretrizes, possa criar novos rumos, abrir novas visões. E acima de tudo é o compromisso com a verdade. O jornalista é um ser inquieto e insatisfeito. Nada para ele está bom. Sempre acha que pode conseguir uma melhor resposta. A melhor matéria da vida do jornalista sempre é a que ele ainda não fez.
O jornalismo a meu ver é tão antigo quanto à prática da prostituição. Ora, o profeta Moisés exercia uma função de jornalista. Ele consultava a Fonte, Deus, e informava a sociedade, o povo cativo no Egito. E sua missão era conduzir este povo para uma sociedade melhor, a saber, a terra de Canaã.
Há muitos jornalistas formados, experientes, e renomados no mercado. Porém sem o dom, sem o talento nato, estes são os profissionais covardes que ocupam as redações e se tornam escravos das linhas editoriais dos respectivos veículos para os quais trabalham. Tornam-se escravos do dead line, servem ao capitalismo, servem ao interesse dos donos dos jornais. São moldados pelo lead. Mas não são capazes de impor os critérios da profissão, não lançam mão da premissa da transparência e da verdade. São o que chamo de pseudo-jornalista. Profissionais com forma, mas sem conteúdo, sem talento, sem dom. Os pseudo-jornalistas tem surgido e se multiplicado. Os jornalistas com sede da verdade, da liberdade e da utópica vontade de mudar o mundo são sufocados. Quando os jornalistas natos chegam às redações, algum profissional sem amor a profissão já passou por lá antes e deixou uma marca, a marca do “preencha as lacunas e ponto”. E são sufocados. Se o dom falar mais alto dentro de si, coitado, não vai muitas matérias e a demissão é certa. Afinal o mercado é competitivo. Existe um monte de jornalistinhas mecânicos por ai querendo uma vaga para preencher as lacunas.
O que falta é coragem para os jornalistas, os jornalistas de verdade. Falta traçar critérios para assegurar a liberdade para exercer a profissão como ela merece ser exercida. Pois responder as perguntas: O que? Qual? Quando? Por quê? Como? Onde? Isto é fácil. Isto qualquer cozinheiro é capaz de fazer. O que a sociedade quer e merece são profissionais que possam reportar os fatos com a inquietude característica da essência do verdadeiro jornalismo.
Não que não existam profissionais com o jornalismo nato, mas estão por ai, perdidos, assim como sugere Ciro Marcondes Filho em a Saga dos Cães Perdidos. O autor coloca que a atividade dos jornalistas tem se desintegrado por conta de forças extraordinárias e hostis. Marcondes Filho diz que o grupo desintegrou-se de forma misteriosa, foi uma desintegração em praesentia, ou seja, se desintegra permanecendo. Que podemos entender com isto? Não me sobra outra alternativa a não ser bater na tecla dos psudos-jornalistas que sufocam os profissionais que tem o jornalismo como algo excelente dentro de si. Mas são tímidos e covardes, ficam no ostracismo.
Somos uma geração de jornalistas sem heróis. Sem falar na soberba intelectual que faz parte da cultura dos falsos profissionais desta profissão. Só porque sabem dominar bem as técnicas do burocrático lead, e dominam profundamente algum assunto, se sentem as pessoas mais sábias do mundo. Bando de hipócritas. Não conseguem enxergar que um cozinheiro é capaz de debater os mesmo temas que eles debatem.
Caríssimos jornalistas, digo aos verdadeiros, fica aqui o convite para reescrevermos nossa nova história. Que tal começarmos pelo lead? Ora, quem somos? O que temos feito para nós mesmo? Quando foi que fracassamos? Quando perdemos as forças? Porque não façamos diferente agora? Onde estão os cães perdidos? Como podemos mostrar que estes cães perdidos ainda latem e mordem?


* Marcelo Maropo é aspirante a jornalista"
Eu assino embaixo. Ana Paula Fontana

O que é ser Jornalista?

Quando digo às pessoas que sou estudante de Jornalismo, todas têm uma reação parecida: acham legal, ligam a profissão à televisão, Fátima Bernardes e William Bonner... Mas jornalismo não é só isso... Quem está de fora, ou quem entra na profissão só pelo glamour, para "aparecer na tv", não sabe verdadeiramente o quanto esta profissão é apaixonante.

Semana passada, fomos surpreendidos pela notícia que o Supremo Tribunal Federal revogou a exigência do diploma para exercer a profissão. Ou seja, para ser Jornalista hoje não é mais necessário o diploma, não é mais necessário passar quatro anos nos bancos de uma universidade. Desde a decisão do Supremo, várias notícias começaram a proliferar, mostrando quem está a favor e contra a decisão. Inclusive a toda-poderosa Rede Globo, que em nota se diz a favor da não-exigência do diploma!(não merece nem comentários!).

No mesmo dia que recebi a notícia, pensei em postar algo em meu blog, mas, ainda chocada e revoltada com o fato, não consegui escrever nada a até o momento. Hoje, porém, recebi um texto de um colega de sala e futuro colega de profissão. Fiquei sem palavras diante das palavras dele. Acho que seu texto não poderia descrever melhor o que é ser um Jornalista de verdade...

Assim, enquanto não consigo redigir minha própria indignação e revolta do fato, assino embaixo das palavras do futuro Grande Jornalista Marcelo Maropo.

Como o texto dele é, de certa forma, longo, vou colocar em uma nova postagem, para não cansar os olhos de ninguém. Mas, a quem se interessar, incentivo a ler até o final, pois é bastante interessante, até o último ponto.

Boa leitura a todos.

Ana Paula Fontana